Páginas

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Lucidez

É, proibidos. Naturalmente não sei onde levar meus pensamentos. Ser o alvo bom de coisas ruins, isolado em meio a tudo que sinto. Conhecer a mim mesmo e ter a conclusão que a única vez que me senti evoluída e padronizada, foi quando eu tentava ser feliz com meus desejos e indagações, superando o oposto de minha natureza e por razões me impedindo, envaidecendo minhas lagrimas que me embriagavam a noite com um abstrato sono que por horas demorava a se estabelecer, dançando em meu rosto submergindo em meu interior.
Tinha uma sorte, um salvador, um protetor... Eu tinha tantos agradecimentos e um foco único, desprovido de qualquer incisão inconveniente, eu tinha me livrado de todos meus instintos e agora a realidade se transforma. Erros, isso é tudo que sou capaz? Tentar agradecer é o que fiz, mas hoje eu soltaria um grito cheio de dor que isola minha alma e sobe até o céu.
Eu não quero explicar. Eu não quero que ninguém entenda ou questione. Eu não quero ver o sol, não hoje. Eu não quero que a noite me ouça, não hoje.
E adormecer ao som da lua infinita, olhar para a parede pálida e cheia de resquícios de tudo que eu almejava, é o que transborda em mim, em um declínio repleto de olhares e gestos imperfeitos e omissos, uma penúria julgável. Os sentimentos e uma conduta planejada e esperada por todos. Adormecer aos poucos com minhas justificativas, que em contexto nem as tenho mais.
Serei acordada com um beijo que me tirará de perto de mim mesmo? Salvando-me de minha natureza sórdida, torpe, impetuosa, mesquinha, trágica, maculada, repelente a todos e cheia de pesquisas sucumbidas e atordoadas por desejos? Um desdouro em mim tenro e áspero gesticulando e inflamando uma tendência febril e cheia de argila pastosa e profunda.
Segure-me? Arraste-me? Ajude-me? A ajuda que ninguém pode dissolver... Tenha-me ao teu lado, mesmo eu não sendo merecedor de tal dádiva!? Eu preciso me abster de todos os lodos e solidificar minhas razões dentro do imperdoável vulcão de dores.
Perdoe-me? Segue aqui todas minhas lágrimas, seque-as, enxugue o sangue que por horas saia como uma hemorragia, derretendo todos os pensamentos bons. Restaurar o medo que é minha maior fraqueza, sempre. Segure-me antes que eu caia cheia de palidez.

Nenhum comentário:

Postar um comentário