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quinta-feira, 7 de maio de 2020

Sol


Estava eu, sentada, falando comigo, tentando me convencer da solidão.
Mas, ela tem várias formas ... esvazia, se transforma.
É preciso curar de coisas inexistentes.
Sejam elas relações ou abusos. É preciso voltar para você mesmo. 
Meus pedidos de socorro nunca são ouvidos, as sombras persistem em mim.
Mesmo com medo eu já me acostumei com os sonhos ruins.

quarta-feira, 8 de novembro de 2017

Bye

Sinto muito, mas não quero me levantar hoje. Aqui é tão confortável.
Sinto muito, se não consigo respirar corretamente, ando sem alívio, correndo de uma montanha a outra. 
Procurando abastecer-me de pequenos detalhes. 
Mas, acabei cansada demais. Vou me poupar de pensamentos maus. 
É que eles me invadem de manhã provocando ânsia. 

Caso eu chegue ao fim .... obrigada por me segurar o quanto deu. 
Minha alma andava pesada. Mal posso levantar minhas mãos para me agarrar a algo forte. A crise se instala e estou cada vez mais vulnerável a este mundo.

Há uma parede clara demais para olhar.  

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Sweat

O gelo estava derretendo, meu caro. 
Escavei até encontrar algo sujo. 
Naveguei sem rumo através de todos os climas. 
Ontem, mesmo com o sol forte, as canções e suas notas mais limpas, meus ouvidos se levantaram contra toda essência boa estocada na atmosfera.
Talvez sejam as pálpebras cansadas de trabalhar;
Talvez seja o espírito querendo despertar;
Talvez seja só eu querendo descanso de tudo;

Ir brincar novamente pode ser legal, mas nada é melhor que deitar-se no canto de uma cama sem clima, sem pesadelos, sem medo, sem controle e cheio de sono. 

Uma fagulha faz queimar todo que é essencial.

segunda-feira, 1 de maio de 2017

Solu.

[Percebo que a solidão que eu sempre sinto não provêm de ações de pessoas e sim de algo mais profundo e um tanto subjetivo. Estou sozinho estando com minha família.
Estou sozinho amando.
Estou sozinho em meio a conversas.
É uma euforia contemplar os humanos que convivem comigo, mas sempre existe algo oco no meu peito. Algo incompreendido, algo subjetivo demais até para mim,  algo impossível de explicações. Odeio dias como hoje. Dias que não sei me portar em várias questões. Dias sem ânimo. Dias escorregadios. É como se não estivesse preparado para este mundo, como se não precisasse estar.
Não desposo dias assim, mas eles aparecem sem que eu espere. Uma visita que se coloca sentada ao meu lado e não fala, eu não ouço e exala ânsia.
São dias como os de hoje que meu cérebro paralisa, como nas horas da noite. Mas é a paralisia de sentimentos. É como estar à beira da montanha, escalando o nada.]

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Noite e Substância



Como não se isolar se dentro é mais quente? A confusão me dá risos, igualmente como o sol  na manhã de inverno.  Ele aparece como se não estivesse perto. Engana-me em silêncio. Estamos loucos por conta de tantas gotas de sangue. Elas gotejam a noite toda e me fazem sentir melhor, melhor que todos os dias bons. É como subir no alto, nos telhados. Meu Deus é tão sublime, mas todos disseram que meus olhos estariam verdes de rancor. Agora eu vejo com paciência e estingue-se as mentiras que plantei em mim mesmo.

[A] substância teve trabalho e esvaiu-se deslizando durante a caminhada da lua.
Talvez eu não tenha mais que falar e sozinho penso no cavalo negro que andava em meu quintal durante a noite.
Os olhos brilhantes me indicavam mentiras engraçadas
Verdadeiras mentiras.
E que ninguém esqueça, minha cabeça parou e tomou à sombra como champanhe envelhecido.


O andamento do tempo suga meus ouvidos.
E as vozes acomodam-se em meu leito me separando da realidade desalinhada.
Saqueando segredos onde meus pés queriam deitar.
Há uma caixa de visões, seres despedaçados. É.
Estão lá transbordando meus pensamentos confusos.
Dias reclusos e cheios de dor. Talvez não.
E ao tentar matar as visões mato a mim mesmo.

Justamente.


(Os dias estavam cheios de contos mentirosos e eu me compadeci deles e por anos me sentei a mesa, tomei vinho e deles me abasteci com audácia e ansiedade de viver aquilo. Como um brinquedo dado a uma criança carente de sorrisos. Hoje eu convivo com visões embaçadas. Talvez seja minha dor querendo sair do meu peito,ou minha raiva que cultivei desde menina. Ela me procura a noite e sentia temor, mas hoje me acostumei e todos os tormentos são como filmes ou banco de plateias de teatro antigo.Foda-se meus pensamentos, meus demônios ou minhas palavras distorcidas por mim mesmo,talvez eu não me entenda. Talvez eu tenha uma ferida funda plantada por algo maior.Que seja feliz, que eu nunca tenha uma arma para calar os galos gritantes e  adormecer minha consciência fria.) 



quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

É.

É notório o que me prende.
É devastador o que me arrasta para fora. Neste impulso louco e sorridente.
É abusivo de carinho as coletas de suspiros. Silencioso como Sempre.
É impróprio o que carrega nos olhares. E me prende, prende.
É exclusivo demais para ser jogado e há tanta luz e chuva.
E se arrasta, e se levanta, e se inala, e se machuca, e se abusa nesta dança.
É a dança incerta de vapor.
A clareza canta na agonia da esperança e muda-se do É para o E, para  os Ais e para o Ah!

É a dança incerta de vapor, da dor  ....

sexta-feira, 27 de maio de 2016

Winter eyes.

O amor é um disfarce para o sofrimento humano. Todos pregam uma vaidade inerente para a alma feliz. Não! É como a treva e a luz, sempre ganha o mais forte. Cria-se seu próprio demônio a cada pedaço que tirei para te dar. Verdade! Meu tempo se arriscou em te olhar com carinho todas as noites. O que posso fazer com  rainha dos corações partidos? Sem paredes. Só posso olhar o arco-íris  preto e branco e admirar sua inquietude. Pedimos demais e temos sugestões imperfeitas para o homem que o serve. A verdade não toma mais remédios e virou uma doença maligna em meu coração. Salve-me e tire minha visão cheia de cores manchadas pelas minhas coletas de memórias que me queimaram impetuosamente durante horas. A cama é um leito implacável para quem não tem mais expectativas solidas.  A fresta de luz inventava desculpas para seus gestos contemplados, por agora, ela me arde os olhos. Isto basta para caminhar até a escuridão. Sozinho. Desanimado. Asqueroso. Enfeitado de pensares. Pobre de espírito.