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quarta-feira, 18 de maio de 2011

Primórdios

Porque somos tão primários? Porque estamos tão à frente do que é o amor e atrasados com o verdadeiro sentimento, vamos parar e ver o destino. As ondas me jogam na parede de gelo, com toda a fúria maquiada de um beijo insólito e incompleto. Você me mostrou um momento e eu perdi teu olhar em meio a uma de suas discussões. Você me puxa para dentro com seus olhos amarelos. Eu não entendo o tamanho de tantas águas, mas feridas vazias sempre me fizeram bem, não tenho nada para explicar ou expor, só o simples gesto de fixar o olhar nos teus como uma simples definição do que eu sinto, sem que você perceba.

E o que vão dizer disso? O que vão dizer disso? Já disseram tudo, me chamando de “Miss Pain”. E ouvindo sua lira, que derruba para dentro desse oceano mórbido com uma pálida mascara, véu ordinário que só eu tenho satisfação em contar as provas. Como vamos fazer parar essa chuva com tantas lágrimas caindo em meus pés?

Luminosidades batem em meu rosto como a primeira vez que vi a luz como a réstia de todas as flechas que me atingiam, invadindo, admitindo naquele dia que as ondas vieram até minhas mãos, ondas frias demais para olharmos ao fundo, e eu me perguntava por que tantos votos de sorrisos desnecessários?

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