A força de minhas pálpebras que se abriam como uma bolha preste a estourar, sem peso, sem revanche, sem obstinação, sem presteza, sem segurança como sempre foi. A saber, não como a última noite, mas aquecendo-se como o calor do dia que pega as paredes onde o sol se instala todas as manhãs e com ela faz uma dança, onde à essência dura até que as tardes passem e as noites mais frias caiam sobre tudo que é belo. Sustentando as palavras como em uma ponte moldada no concreto, seco e ácido.
Tenho uma sensação estranha de pisar com meus sapatos em águas turvas, como montanhas e muros em mim, soros na alma, sucos mágicos, força do espirito. Há muito a falar, mesmo sendo mal compreendidas as coisas, elas saem com majestade, quase todas às vezes. Ainda me arrasto nas palavras, sem classe, com um ócio sustentado com tecidos crus, sem consciência plena. Com a melancolia imputada à veste de um tempo onde não tínhamos a disciplina de sentimentos que sim, eram livres, mas agora são domesticados. Eu tive que parar esta noite, não ouvia nada de absoluto, não ouvia nada além de minha própria voz, mas de cindo em cinco eu ouvi teus passos chegando cada vez mais perto.
As dobraduras da parede ficaram subordinadas pelas minhas preces. Este quarto não é mais o mesmo, acreditamos em sublimes sussurros, sopranos que tocam meus sorrisos, sem mentiras e sem ilusões, a beleza de um choro se encosta lutando com a chance de estar em todos meus pensamentos, só quero ir para casa e saber onde você voltava para mim, todos os dias, em uma situação única de toques de violinos interruptos eu descobria como um pintor que termina sua obra e se vê por inteiro. Como é belo o choro de quem ama e volta ao primitivo sentimento.
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